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"Macrob. depressimanum"  
Artigo publicado em 10/06/2023, última edição em 02/09/2023  



Nome em portuguêsCamarão-fantasma.

Nome em inglês: -
Nome científicoMacrobrachium depressimanum Pereira, 1993

Origem: Noroeste da América do Sul, Bacia Amazônica
Tamanho: fêmeas com até 4,5 cm
Temperatura da água: 28-31° C
pH: 6.9-7.6
Dureza: média

Reprodução: abreviada, todo o ciclo em água doce
Comportamento: pacífico
Dificuldade: fácil

 

 

Apresentação

Macrobrachium depressimanum é um pequeno camarão semitransparente, podendo ser incluído entre os chamados “camarões-fantasma”, endêmico da América do Sul, sendo encontrados na bacia amazônica. É raramente visto no hobby, embora tenha potencial como espécie ornamental.

Etimologia: Macrobrachium vem do grego makros (longo, grande) e brakhion (braço); depressimanum tem origem no latim, de depressus (achatado dorsoventralmente) e manus (mão), em referência ao típico aspecto da palma desta espécie.






Distribuição geográfica de Macrobrachium depressimanum, Imagem original Google Maps; dados de Pereira GA 1993 e demais referências.



Origem


            Esta espécie de camarão tem distribuição relativamente ampla, sendo encontrada na Bacia do Alto Amazonas, no Brasil, Peru, Bolívia e provavelmente Equador. 

No Brasil, há registros nos rios Amazonas e Solimões, em Careiro da Várzea e Iranduba (AM), Tarauacá e Rio Branco (AC), Porto Velho e Guajará-Mirim (RO).
















 


 



Aparência

            Morfologia típica de um "camarão-fantasma", pequenos e delicados. Exemplares vivos são quase transparentes, com algumas marcações e faixas de coloração mais escura, enegrecida. Medem até 4,5 cm.

Lembra bastante o Macrobrachium jelskii, que pode ser simpátrico. Pode ser diferenciado pelos dentes na margem superior do rostro, e a razão dos segmentos da quela. 


Rostro: quase reto, discretamente arqueado sobre os olhos, atingindo (ou ultrapassando discretamente) a margem distal do escafocerito, ápice ligeiramente curvado para cima. Margem superior com 9~11 dentes, 1 ou 2 atrás da órbita, o 1o mais espaçado do que os demais. Margem inferior com 4 a 6 dentes.

Quelípodos: Acentuado dimorfismo sexual. Machos com palma achatada anterodorsalmente, daí seu nome. Palma mais larga e de aspecto inflado. Dedos 1,5x mais longo do que a palma. Fêmeas com dedos do mesmo comprimento do que a palma.



Macrobrachium depressimanum, close na carapaça e rostro na última imagem, exemplar fotografado em Aguarico, Equador, fotos de Edgar Segovia.



Parâmetros de Água

 

Amazônicos, são mais numerosos em ambientes de águas brancas, com pH próximo de neutro e dureza média. Há alguns dados objetivos de parâmetros nos locais de coleta do norte da Bolívia, com temperaturas de 28-31° C, pH entre 6.9-7.6, e condutividade 79 a 335 (µS/cm).



Macrobrachium depressimanum, fotografado em Aguarico, Equador, fotos de Edgar Segovia.



Dimorfismo Sexual

 

Fêmeas são um pouco maiores que os machos, possuem pleuras abdominais arqueadas e alongadas, formando uma câmara de incubação. Também podem ser diferenciados pela análise dos órgãos sexuais, mas isto é bem difícil em animais vivos.

Esta espécie possui também um exuberante dimorfismo sexual nas quelas, conforme descrito acima.







Macrobrachium depressimanum, a proporção dos segmentos dos quelípodos é bem visível nestas imagens. Fotos de Edgar Segovia.





Reprodução

M. depressimanum é uma espécie com reprodução especializada, gerando ovos grandes e pouco numerosos. O número de ovos varia de 21 a 47 ovos, medindo 1,9 x 1,3 mm. Assim como os demais palemonídeos, a fêmea passa por uma muda pré-acasalamento, e logo após o macho deposita seu espermatóforo. Após algumas horas a fêmea libera os ovos, que são fertilizados e se alojam nos pleópodes. Não há informações sobre a duração do período larval.



Macrobrachium depressimanum, fotografado em Aguarico, Equador, foto de Edgar Segovia.



Comportamento

 

Não há relatos de criação em cativeiro ou aquários ornamentais, supostamente são animais bastante dóceis, que podem ser mantidos com outros peixes e invertebrados, desde que estes sejam pacíficos. 

 



Alimentação

 

Supõe-se que sejam onívoros e pouco seletivos, porém, não há dados em literatura.

 

 

Macrobrachium depressimanum, fotografado em Aguarico, Equador, fotos de Edgar Segovia.

 




Bibliografia: 

  • Pereira GA. 1993. A description of a new species of Macrobrachium from Peru, and distributional records for Macrobrachium brasiliense (Heller) (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae). Proceedings of the Biological Society of Washington. 106: 339–345.
  • Pileggi LG (2009) Sistemática filogenética dos camarões do gênero Macrobrachium Bate, 1868 do Brasil: análises filogenéticas e moleculares. Tese, Doutor em Ciências, área: Biologia Comparada. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil.
  • Garcia-DÁvila CR, Magalhães C. Revisão taxonômica dos camarões de água doce (Crustacea: Decapoda: Palaemonidae, Sergestidae) da Amazônia Peruana. Acta Amazônica 33(4): 663-686.
  • Galvão RCF, Holanda IBB, De Carvalho DP, Almeida R, Souza CMM, Lacerda LD, Bastos WR. 2018. Freshwater shrimps (Macrobrachium depressimanum and Macrobrachium jelskii) as biomonitors of Hg availability in the Madeira River Basin, Western Amazon. Environ Monit Assess 190: 77.
  • Magalhães C. A rapid assessment of the decapod fauna in the Rio Tahuamanu and Rio Manuripi Basins, with new records of shrimps and crabs for Bolivia (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae, Sergestidae, Trichodactylidae). Rev Bras Zool. 2002 Dec;19(4):1091–103.
  • Chernoff, B. and P.W. Willink (Editors). 1999. A biological assessment of the aquatic ecosystems of the Upper Río Orthon basin, Pando, Bolivia. Bulletin of Biological Assessment 15. Conservation International, Washington, DC.


Agradecimentos especiais ao colega fotógrafo equatoriano Edgar Segovia (colaborador do iNaturalist) que nos cedeu gentilmente o uso das suas fotos para o artigo.


 As fotografias de Edgar Segovia (iNaturalist) estão licenciadas sob uma Licença Creative Commons. 
 
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