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"Goyazana rotundicauda"  
Artigo publicado em 10/05/2020  




Caranguejo de Água Doce – Goyazana rotundicauda

 

 

 

Nome em português: Caranguejo de água doce, Caranguejo de rio, Caranguejo-do-igarapé.
Nome em inglês: -
Nome científico: Goyazana rotundicauda Magalhães & Türkay, 1996

Origem: Noroeste da América do Sul
Tamanho: carapaça com largura de 2,7 cm
Temperatura: 25-34° C
pH: ácido

Dureza: mole
Reprodução
: especializada, todo ciclo de vida em água doce
Comportamento: agressivo
Dificuldade: fácil

 

 

Apresentação

 

Goyazana rotundicauda é uma espécie de caranguejo dulcícola com distribuição bastante restrita no norte e oeste da América do Sul, na bacia amazônica. Só foram coletados em três localidades, no Amazonas (Brasil), Equador e Peru. São caranguejos totalmente aquáticos, de hábitos noturnos.

Etimologia: Goyazana diz respeito ao estado brasileiro Goiás, onde foi coletado o espécime-tipo do Goyazana castelnaui, que deu nome ao gênero. E rotundicauda significa cauda redonda, uma alusão ao aspecto arredondado do abdômen dos machos, com bordas convexas.

 

 

 

Origem

            O caranguejo Goyazana rotundicauda é uma espécie obscura, encontrada na bacia amazônica, no norte e noroeste da América do Sul, com ocorrência registrada no Equador, Peru e Brasil. No nosso país, o único registro oficial é no estado do Amazonas, mas deve ter uma distribuição mais ampla (o registro das fotos deste artigo são exemplares coletados no Acre).

            É encontrado na bacia do Rio Amazonas, em igarapés, rios e lagos, em geral associada a galhadas e serrapilheira submersa, ou em buracos de troncos submersos.

 


 

Distribuição geográfica de Goyazana rotundicauda. Imagem original Google Maps; dados de Magalhães C. In: Melo GAS. 2003.

 

Aparência

 

Cefalotórax de altura média, arredondado e bastante convexo. Olhos pequenos, antenas curtas. Grandes quelípodos, assimétricos nos machos. Pernas dispostas lateralmente. Pequeno porte, carapaça mede até 2,7 cm de largura.

Existem duas famílias de caranguejos de água doce no Brasil: Trichodactylidae e Pseudothelphusidae. Os primeiros podem ser identificados por dois detalhes: dáctilos com pêlos (ao invés de espinhos, daí seu nome), e segundo maxilópode. 

Goyazana pode ser identificado pela ausência de fusão dos somitos abdominais, número de dentes da margem da carapaça (6 a 8, o que os diferencia dos Trichodactylus) e detalhes do gonópodo. Há somente duas espécies do gênero no Brasil, com o G. castelnaui, a distinção pode ser feita pela forma do abdômen e detalhes do gonópodo. Possui carapaça acentuadamente convexa, margem frontal bilobada e lisa, inclinada para baixo. Margem ântero-lateral da carapaça com 6 dentes curtos e acuminados. Abdomen do macho largo, com bordos laterais convexos.

Têm coloração em tons de marrom, com padronagens de manchas escuras visando camuflagem. 

 

 

 

 


Goyazana rotundicauda, fotografado no Acre. Imagens gentilmente cedidas por Willy de Paula e Silva.




Parâmetros de Água

 

Habita locais com temperaturas mais altas, águas moles e ácidas.

 


Dimorfismo Sexual

 

Como todo caranguejo, pode ser feita facilmente através da análise do abdômen, o macho possui abdômen estreito, e a fêmea, abdômen largo, onde fixa seus ovos. Machos adultos também possuem garras maiores e mais robustas, uma delas mais desenvolvida (heteroquelia).







Goyazana rotundicauda, fotografado no Acre. Imagens gentilmente cedidas por Willy de Paula e Silva.




Reprodução


Todo seu ciclo de vida se dá em água doce. Acredita-se que tenham um padrão semelhante a outros tricadactilídeos próximos, produzindo poucos ovos de grandes dimensões, e apresentando desenvolvimento pós-embrionário direto, onde as fases larvais completam-se ainda dentro do ovo. Assim, na eclosão são liberados indivíduos já com características semelhantes ao adulto.


 




Goyazana rotundicauda, fotografado no Acre. Imagens gentilmente cedidas por Willy de Paula e Silva.




Comportamento

 

Não há dados, sabe-se que são animais totalmente aquáticos, não necessitando vir à superfície para respirar. Como os demais crustáceos, tornam-se vulneráveis após a ecdise, e podem ser predados por outros animais. Por este motivo, possivelmente nesta época permanecem entocados, até a solidificação completa da carapaça.


 

Alimentação

 

Não há dados, mas acredita-se que sejam onívoros, como as demais espécies próximas, pouco exigentes em termos de alimentação.

 

 



Bibliografia:
  • Magalhães C. Famílias Pseudothelphusidae e Trichodactylidae. In: Melo GAS. Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo: Editora Loyola, 2003.
  • Magalhães C, Türkay M. Taxonomy of the Neotropical freshwater crab family Trichodactylidae. I. The generic system with description of some new genera (Crustacea: Decapoda: Brachyura). Senckenbergiana Biologica, 75 (1/2): 63–95.
  • Magalhães C, Türkay M. Taxonomy of the Neotropical freshwater crab family Trichodactylidae. III. The genera Fredilocarcinus and Goyazana (Crustacea: Decapoda: Brachyura). Senckenbergiana Biologica, 75(1/2): 131-142, 1996.

 

Agradecimentos ao colega aquarista Willy de Paula e Silva por permitir usar suas fotos no artigo. 
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